sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Propriedades privadas são importantes para salvarmos a biodiversidade

 
BIGODINHO (Sporophila lineola) fotografado em uma propriedade rural de Guaramirim (SC), em frente da RPPN Santuário Rã-bugio. Data da foto: 08/01/2017

Como se sabe só as unidades de conservação não são suficientes para salvar a biodiversidade. Estudos científicos comprovam isso. Nos Estados Unidos há décadas já existe esta preocupação e eles já estão pensando no passo adiante (do sistema de unidades de conservação). 

No Brasil, nos domínios da Mata Atlântica, percebemos como é importante envolver todas as propriedades privadas neste desafio de salvarmos a biodiversidade. Temos observados muitas espécies de aves aquáticas usam (e dependem) das áreas de uso agrícola de arroz irrigado (tabuleiros) dos nossos vizinhos (da RPPN Santuário Rã-bugio, em Guaramirim-SC). As lagoas (reservatório de água) são intensamente usadas pelas mais variadas espécies de marrecas selvagens (algumas raras) e outras aves aquáticas. 

Assim como eu, muitos catarinenses provavelmente ainda não conheciam esta belíssima ave, que fotografei há poucos dias no milharal dos nossos vizinhos rizicultores, família de Osnildo Otto, em Guaramirim (SC), em frente da RPPN Santuário Rã-bugio.

O fotógrafo de natureza, Rudimar Cipriani, identificou a espécie. Trata-se do BIGODINHO (Sporophila lineola), cuja ocorrência é conhecida na literatura como sendo do Estado do Paraná até o Nordeste do Brasil. Como estamos no litoral norte de SC e as aves não se importam muito com divisas entre Estados, é normal estenderem sua distribuição geográfica.

Havia um bando se alimentado da inflorescência do milho (verde). Eu fotografei também a fêmea, que tem coloração bem diferente do macho (veja nas imagens). Tem o tamanho de um pintassilgo.

Mais informações sobre

esta ave estão em nosso site, neste link
http://www.ra-bugio.org.br/ver_especie.php?id=2159





 









 
Fêmea do BIGODINHO (Sporophila lineola)
Fêmea do BIGODINHO (Sporophila lineola)

BIGODINHO
Sporophila lineola (Linnaeus, 1758)

Família: Thraupidae
Nome em Inglês: Lined Seedeater

O bigodinho, também conhecido como bigode, papa-capim, estrelinha ou cigarrinha (Minas Gerais), gola-careta, caretinha ou bigodeiro (Ceará).


AMEAÇAS
Devido ao canto, é ave apreciada e a captura para o comércio ilegal, junto com as alterações ambientais, acabaram por reduzir seus números em boa parte do país, especialmente no Nordeste.

Características
Mede 11 centímetros de comprimento. A fêmea, bem diferente do macho, é toda parda, um pouco mais clara nas partes inferiores.

Alimentação
Alimenta-se basicamente de sementes. É comum em plantações de milho verde, onde foram registradas estas imagens, no entorno da RPPN Santuário Rã-bugio, em Guaramirim (SC).

Reprodução
Vive em pares espalhados durante o período reprodutivo. Tem de 2 a 4 ninhadas por ano, com 2 a 3 ovos em cada uma. Como nas demais espécies do grupo, o macho demarca o território, cabendo à fêmea toda a tarefa reprodutiva.

Hábitos
Costuma formar bandos mistos com outros papa-capins no período de descanso. Sobe nos pendões de gramíneas para comer as sementes. É localmente comum em clareiras arbustivas, plantações, bordas de capoeiras e áreas com gramíneas altas, principalmente nas proximidades da água. Seu habitat são campos abertos, campos cultivados e capoeiras.

Distribuição geográfica

Ocorre em todo o Brasil. Como residente, na região do litoral norte de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Goiás, Espírito Santo e Bahia. Durante o inverno da região sul migra para a Amazônia e para os estados do Nordeste, principalmente para os estados do Rio Grande do Norte e Ceará . No Espírito Santo e Paraná aparece em dezembro para nidificar e desaparece em março e abril, começando a surgir no leste do Maranhão e Piauí a partir de maio. No sul de Minas Gerais a espécie aparece em novembro, desaparecendo no desenrolar do mês de abril. Encontrado também na Argentina, Paraguai e Bolívia, como residente, e nos demais países da Amazônia - Guianas, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia -, como migrante durante o inverno.



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Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade
Jaraguá do Sul, Santa Catarina
http://www.ra-bugio.org.br/

Aquisição de áreas preservadas de Mata Atlântica e criação de reservas (RPPN) para salvar as nascentes do rio Itajaí
http://www.ra-bugio.org.br/areasprotegidas.php?id=13

Conheça o Centro Interpretativo da Mata Atlântica – Jaraguá do Sul
http://www.ra-bugio.org.br/sede-ra-bugio.php

Acompanhe nosso Projeto de Educação Ambiental nas escolas para salvar a MATA ATLÂNTICA
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