terça-feira, 23 de julho de 2013

Neve e chuva congelada arrasaram a Mata Atlântica em Santa Catarina

O verde da mata ficou cinza na RPPN das Araucárias Gigantes, em Itaiópolis, Santa Catarina, com as árvores centenárias da Mata Atlântica cobertas de gelo - Foto: Elcio Glovacki (agricultor e morador do entorno da RPPN). 23/07/2013. Clique sobre a imagem para ampliar











Centenas de árvores penderam e quebraram na RPPN das Araucárias Gigantes, em Itaiópolis - Santa Catarina - Foto: Elcio Glovacki. 23/07/2013. Clique sobre a imagem para ampliar
Copa de uma araucárias centenárias, com mais de 50 metros de altura e 4,10 metros de circunferência, coberta de gelo. RPPN das Araucárias Gigantes, em Itaiópolis - Santa Catarina - Foto: Elcio Glovacki. 23/07/2013

RPPN das Araucárias Gigantes, em Itaiópolis, Santa Catarina, com as árvores centenárias da Mata Atlântica cobertas de gelo - Foto: Elcio Glovacki. 23/07/2013

Com o peso do gelo acumulado as árvores nativas que não quebraram ficaram arqueadas na borda da RPPN das Araucárias Gigantes, em Itaiópolis - Santa Catarina - Foto: Elcio Glovacki. 23/07/2013

Detalhe da foto acima - RPPN das Araucárias Gigantes, em Itaiópolis - Santa Catarina - Foto: Elcio Glovacki. 23/07/2013
Borda da RPPN das Araucárias Gigantes, em Itaiópolis - Santa Catarina com todas as árvores arqueadas devido ao peso do gelo acumulado - Foto: Elcio Glovacki. 23/07/2013
A Mata Atlântica do Planalto Norte de Santa Catarina foi devastada pela neve. A exuberante floresta tropical não suportou. O verde da mata sumiu sob o gelo. A RPPN das Araucárias Gigantes, reserva federal, que protege gigantescas araucárias centenárias ameaçadas de extinção e as nascentes do rio Itajaí, em Itaiópolis (SC), foi duramente atingida. Centenas de árvores de grande porte simplesmente tombaram ou tiveram quase todos seus galhos quebrados devido ao acúmulo de gelo e os ventos fortes.

Agricultores do entorno da reserva contam que durante a madrugada do dia 23/07 foram acordados com estrondosos ruídos das árvores quebrando e tombando em um efeito dominó. Era como se algo estivesse moendo as matas. Ficaram muito assustados e acharam que era o fim do mundo. A estrada que corta a reserva ficou bloqueada em quase toda sua extensão com galhos e árvores tombadas.


Élcio Glovacki, agricultor e autor das fotos, relatou em detalhes como ocorreu a nevasca na localidade Linha Cerqueira, onde fica a reserva. Por volta das 20 horas do dia 22/07, fazia muito frio e caiu uma chuva forte, um aguaceiro, durante alguns minutos. Quando parou de chover, observou que congelou tudo, as poças, extremidades da vegetação do jardim e o gramado, uma situação muito estranha para aquele horário (8 horas da noite) já que é normal a temperatura cair e congelar tudo mas durante a madrugada. Começou a nevar às 22 horas e só parou 1 hora da madrugada do dia 23/07 e o céu ficou limpo em seguida, uma linda noite de luar o que possibilitou observar a paisagem toda branca a longo de alguns quilômetros de distância. A neve caiu com maior intensidade por volta das 23 h.

Os impactos foram maiores nas bordas e nas partes com mata secundária. As árvores novas que não quebraram, ficaram arqueadas. Para agravar a situação, uma camada de gelo de alguns centímetros se acumulou no chão da floresta primária (bem preservada) da reserva que ficou repleta de galhos quebrados e troncos das árvores que não resistiram. Uma cutia (Dasyprocta azarae) foi encontrada atordoada, sem mostrar reação de fuga.

As consequências para fauna deverão ser graves, uma vez que houve perda total dos frutos verdes e maduros. O gelo acumulado no solo durante mais de 48 horas pode ter aniquilado com a população de anfíbios e outros pequenos animais, que estão na base da cadeia alimentar. Pode ocorrer uma tragédia, uma perda enorme de biodiversidade. A reserva fica na região de transição da Mata Atlântica densa para Matas de Araucárias, altitude entre 600 e 700 metros, onde não ocorrem geadas muito fortes. Por isso o impacto é muito grande.


A serrapilheira (chão da floresta) ficou coberta com uma camada de gelo durante 4 dias na RPPN das Araucárias Gigantes, em Itaiópolis - Santa Catarina. Espécies de répteis e anfíbios que eram consideradas endêmicas da Serra do Mar foram encontradas ali e podem ter sido exterminadas nestas condições. Foto: Elcio Glovacki. 23/07/2013. Clique sobre a imagem para ampliar

O acúmulo de gelo fez com que muitos galhos das araucárias quebrassem. Entorno da RPPN das Araucárias Gigantes, em Itaiópolis - Santa Catarina - Foto: Elcio Glovacki. 23/07/2013
A destruição dos eucaliptos também foi grande em muitos reflorestamentos do entorno da reserva e outras localidades de Itaiópolis. Plantações novas não resistiram, foram totalmente esmagadas como se um gigantesco trator de esteira passasse por cima. A zona rural de Santa Catarina virou um cenário de horror. Algumas localidades ainda não tiveram a rede elétrica restabelecida e poderão ficar sem energia por mais de uma semana.

Reflorestamentos de eucalipto foram devastados com a neve em Santa Catarina. Entorno da RPPN das Araucárias Gigantes, em Itaiópolis - Santa Catarina - Foto: Elcio Glovacki. 23/07/2013
 
Imagem registrada antes da chuva que caiu  ao amanhecer dá a ideia da intensidade da nevasca sobre a RPPN. A árvore ao lado é um jacatirão (Tibouchina mutabilis) Foto: Elcio Glovacki. 23/07/2013. Clique sobre a imagem para ampliar

Detalhe da espessa camada de neve acumulada sobre um jacatirão (Tibouchina mutabilis) revela o motivo de tantas árvores quebradas e tombadas. Foto: Elcio Glovacki. 23/07/2013. Clique sobre a imagem para ampliar
Quintal da residência do autor das fotos Elcio Glovacki. 23/07/2013. Clique sobre a imagem para ampliar


sexta-feira, 12 de julho de 2013

Na Mata Atlântica ocorre uma das menores corujas do Mundo


Corujinha CABURÉ (Glaucidium brasilianum), uma das menores corujas do Mundo, encontrada na RPPN Corredeiras do Rio Itajaí, em Itaiópolis, Santa Catarina.
No domingo, dia 07/07/2013, encontramos na RPPN Corredeiras do Rio Itajaí, em Itaiópolis, Santa Catarina, uma das menores corujas do mundo, que é tamanho aproximado de um tico-tico, em torno de 16 cm. Trata-se da corujinha CABURÉ (Glaucidium brasilianum).

Repare na imagem o desenho de “olhos” na parte de trás da cabeça que a faz parecer uma coruja enorme quando observada de trás. É uma estratégia para afugentar seus predadores, como gaviões.


Desenho de "olhos" na parte de trás da cabeça faz Corujinha CABURÉ parecer uma coruja grande e afugenta seus predadores
No vídeo abaixo do Youtube dá para perceber bem o efeito deste desenho. 


Nome popular: CABURÉ
Nome Científico: Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788)
Família: Strigidae
Nome em Inglês: Ferruginous Pygmy-Owl